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O mercado do boi gordo iniciou 2024 com preços superiores a R$ 252/@, mas analistas alertam para variáveis que podem impactar o setor. O aumento na produção de carne bovina em 2023, atingindo 9,467 milhões de toneladas, foi impulsionado pelo recorde de abates, especialmente de fêmeas.
Embora 2024 deva apresentar uma menor pressão de preços devido a um possível declínio na intensidade dos abates de vacas e novilhas, a oferta desses animais ainda influenciará o mercado. As expectativas apontam para um cenário com preços da arroba menos tensos do que em 2023.
No fechamento de 2023, o mercado do boi gordo permaneceu lateralizado, com baixo volume de negociações devido à ausência de pecuaristas e unidades frigoríficas nas compras. O Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 encerrou o ano com um aumento acumulado de 5,26%.
Para 2024, a expectativa é de que a oferta de animais terminados permaneça alta, com a participação de fêmeas ainda acima da média histórica. As projeções indicam que os embarques brasileiros de carne bovina podem atingir 2,81 milhões de toneladas, com preços do boi gordo continuando pressionados, oscilando entre R$ 225/@ e R$ 250/@ durante o primeiro semestre em São Paulo.
As condições climáticas, especialmente o El Niño no primeiro trimestre, podem afetar as pastagens, antecipando o descarte de matrizes ou atrasando a oferta de boiadas gordas, alerta Felipe Fabbri, da Scot Consultoria. A recuperação mais expressiva dos preços da arroba pode ocorrer a partir do terceiro quadrimestre de 2024, dependendo dessas condições.