Compartilhar
O Brasil alcançou um feito inédito em 2023, ultrapassando a marca impressionante de 100 milhões de toneladas de soja em grãos exportadas, revelou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Este marco histórico, impulsionado pela demanda aquecida da China e uma produção em alta, estabelece um novo patamar para o país.
Com uma safra recorde estimada em cerca de 155 milhões de toneladas no ciclo 2022/23 e os importadores, especialmente a China, aproveitando os preços mais acessíveis no mercado brasileiro, o país consolidou sua posição como o maior exportador e produtor global dessa oleaginosa.
Entretanto, esse recorde notável veio acompanhado de um cenário desafiador para os produtores locais. A analista Daniele Siqueira, da AgRural, destacou que a conquista do recorde se deu à custa de preços significativamente mais baixos para os produtores brasileiros. Ela explicou que a produção acima do esperado na safra 2022/23, juntamente com a comercialização antecipada lenta e a escassez de capacidade de armazenagem no país, resultaram em prêmios de exportação em níveis muito baixos no primeiro semestre de 2023, afetando os preços recebidos pelos produtores.
Embora o recorde tenha sido estabelecido, Siqueira ressaltou que os importadores, especialmente os chineses, aproveitaram mais para recompor seus estoques do que para aumentar drasticamente o consumo. Até o final de novembro, a China adquiriu aproximadamente 71,2 milhões de toneladas de soja em grão do Brasil, com poucas compras de farelo e óleo.
O alcance dessa marca histórica não apenas destaca a posição de liderança do Brasil no mercado global de soja, mas também revela os desafios enfrentados pelos produtores locais diante das oscilações de preços e da alta demanda internacional.