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China segue como principal destino da carne bovina brasileira, mas os Estados Unidos ampliam participação de forma expressiva
As exportações de carne bovina brasileira mantiveram ritmo acelerado em março de 2025, com um crescimento expressivo de 30,2% em comparação com o mesmo mês de 2024, atingindo 248 mil toneladas embarcadas. Em relação a fevereiro deste ano, o aumento foi de 13,1%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A entidade destaca que o setor foi um dos principais responsáveis pelo superávit da balança comercial brasileira no período. O bom desempenho reforça o papel estratégico da pecuária nacional no comércio exterior, evidenciando a competitividade da carne bovina brasileira no mercado global.
Carne in natura lidera exportações
Entre as categorias exportadas, a carne bovina in natura continua sendo o carro-chefe, respondendo por 86,8% do volume total embarcado e 89,7% do faturamento gerado em março. Além disso, outros segmentos também mostraram desempenho robusto na comparação com fevereiro:
• Tripas: crescimento de 37,3% em volume e 36,3% em valor;
• Produtos salgados: alta de 35,7% em volume e 34,6% em valor;
• Industrializados e miúdos: aumento superior a 9% no volume exportado.
Esses números reforçam a diversidade dos produtos brasileiros e a capacidade da indústria nacional de atender diferentes nichos de mercado.
China segue como principal destino, mas EUA crescem
A China permanece como o maior mercado da carne bovina brasileira, com 97,3 mil toneladas embarcadas em março, o que representa 39,2% do volume total exportado. O país asiático também lidera em faturamento, com US$ 463,8 milhões, equivalente a 39,4% da receita gerada.
No entanto, os Estados Unidos vêm se consolidando como um parceiro comercial cada vez mais relevante. Em março, as exportações para o mercado norte-americano registraram aumento de 56,3% em volume, totalizando 42,1 mil toneladas, e 53% em valor, alcançando US$ 225,5 milhões, em relação ao mês anterior.
Outros destinos que apresentaram crescimento expressivo nas importações de carne bovina do Brasil foram:
• Rússia: alta de 81,5%, passando de 4.494 para 8.155 toneladas;
• Israel: aumento de 48,6%, de 3.334 para 4.954 toneladas;
• Filipinas: crescimento de 38,2%, de 4.076 para 5.631 toneladas;
• México: avanço de 30,7%, de 4.421 para 5.777 toneladas.
Acumulado do trimestre também é positivo
No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou 676 mil toneladas de carne bovina, o que representa um avanço de 12,8% em volume em comparação ao mesmo período de 2024. A receita obtida somou US$ 3,22 bilhões, com crescimento de 22,1%.
Os dez principais mercados no primeiro trimestre foram:
1. China – 284,6 mil toneladas (42,1%);
2. Estados Unidos – 88 mil toneladas (13,0%);
3. Chile – 30,5 mil toneladas (4,5%);
4. Hong Kong – 24,1 mil toneladas (3,6%);
5. União Europeia – 22,4 mil toneladas (3,3%);
6. Argélia – 21,3 mil toneladas (3,1%);
7. Rússia – 19,5 mil toneladas (2,9%);
8. Egito – 18,3 mil toneladas (2,7%);
9. Arábia Saudita – 14,6 mil toneladas (2,2%);
10. México – 13,3 mil toneladas (2,0%).
Estados líderes na exportação de carne bovina
Entre os estados brasileiros, São Paulo foi o maior exportador de carne bovina no trimestre, com 145 mil toneladas, o que corresponde a 21,7% do total nacional. Em seguida, aparecem:
• Mato Grosso: 137 mil toneladas (20,5%);
• Goiás: 80,8 mil toneladas (12%);
• Mato Grosso do Sul: 74,3 mil toneladas (11,1%);
• Rondônia: 61,9 mil toneladas (9,3%).
Setor destaca eficiência e potencial de crescimento
Para o presidente da Abiec, Roberto Perosa, os números reforçam a solidez da cadeia produtiva nacional. “Os resultados registrados em março e no trimestre refletem não apenas a competitividade e a qualidade da carne bovina brasileira no mercado internacional, mas também a eficiência de toda a cadeia produtiva, desde o campo até a indústria exportadora”, afirma.
Perosa também destaca que apenas 30% da produção nacional de carne bovina é destinada à exportação, com cortes geralmente diferentes dos consumidos internamente. Isso demonstra que há espaço para crescimento nas vendas externas sem comprometer o abastecimento do mercado interno.