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O ano de 2024 já começou com fortes mudanças climáticas, trazendo consigo intensas chuvas de até 150 mm para o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Esta alteração é resultado da organização da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), marcando a temporada com condições meteorológicas distintas em várias regiões do país.
No Sul e Oeste de Mato Grosso do Sul, o cenário contrasta, com a predominância de tempo firme graças à chegada de uma massa de ar seco. Esta é apenas uma das nuances trazidas pela ZCAS, que se alinha sobre o Norte do Centro-Oeste e do Sudeste, além de parte da Bahia, gerando um eixo principal de chuvas volumosas.
Outro fator, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), influencia o Nordeste, aumentando a umidade e propiciando condições chuvosas. Essa presença da ZCAS e da ZCIT provocou volumes significativos de chuva, ultrapassando 100 mm em 24 horas, beneficiando áreas no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, inclusive regiões do norte de Minas Gerais, que sofriam com uma seca extrema.
As previsões regionais indicam uma massa de ar seco influenciando a metade oeste da Região Sul, impedindo a formação de instabilidades, enquanto na faixa leste dos estados, pancadas de chuva intercaladas com períodos de melhoria são esperadas, acompanhadas de trovoadas e ventos moderados.
No Sudeste, as chuvas persistirão devido à formação de um novo corredor de umidade ligado à ZCAS e uma frente fria conectada a um ciclone subtropical no litoral do Rio de Janeiro. Os volumes de chuva podem variar entre 40 e 150 mm, com risco de transtornos.
No Centro-Oeste, as chuvas intensas se espalharão, especialmente em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, com volumes acima de 100 mm, acarretando risco de alagamentos e erosão do solo. Porém, o sul e oeste de Mato Grosso do Sul experimentarão tempo firme com a chegada de uma massa de ar seco.
No Nordeste, esperam-se pancadas de chuva em grande parte da região, com destaque para o sul e oeste da Bahia, prevendo volumes significativos devido à aproximação de uma nova frente fria e um corredor de umidade. No entanto, não são previstas chuvas nas áreas mais ao norte da região.
No Norte, as chuvas persistirão na faixa sul entre Amazonas, Rondônia, Pará e Tocantins, podendo gerar volumes entre 40 e 150 mm, com risco de alagamentos e deslizamentos de terra, enquanto nas áreas mais ao norte, tempo firme deve predominar.
A ZCAS, principal sistema meteorológico trazendo chuvas no verão brasileiro, enfrenta dificuldades de formação devido ao fenômeno El Niño, presente no verão de 2024. Embora seu surgimento agora não signifique episódios frequentes ao longo da estação, é fundamental para a manutenção das reservas hídricas nos períodos subsequentes.
Esta temporada desafiadora exige atenção e precaução por parte dos habitantes das áreas afetadas, com monitoramento constante das condições climáticas e preparação para possíveis impactos decorrentes das chuvas intensas em diferentes regiões do Brasil.