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Os governos de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS) anunciaram um projeto que promete transformar o ecoturismo e a economia da região pantaneira. Com orçamento estimado entre R$ 50 e R$ 60 milhões, a construção de uma ponte de concreto de cerca de 300 metros de extensão criará a primeira ligação física entre os dois pantanais, conectando Corumbá (MS), através da MS-214, ao Porto Jofre, em Poconé (MT), pela Estrada Transpantaneira.
Um marco para a conectividade e a preservação ambiental
A ponte integrará importantes vias de acesso entre os dois estados, consolidando-se como um marco na conectividade regional. Além de facilitar o transporte de insumos, gado e turistas, a obra criará um corredor ecológico estratégico. Esse corredor promete impulsionar tanto a preservação ambiental quanto o desenvolvimento econômico por meio do ecoturismo, uma atividade crescente e de grande potencial na região.
De acordo com Magno Mendes, diretor de Projetos e Orçamentos da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de MS), o traçado mais viável para a ponte conecta o final da Transpantaneira diretamente à MS-214, um alinhamento definido após uma visita técnica conjunta das secretarias de infraestrutura de ambos os estados.
“Essa ponte será um marco na conectividade entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de fortalecer significativamente o turismo ecológico na região,” destacou Rudi Fiorese, diretor de Infraestrutura Rodoviária da Seilog (Secretaria de Logística e Transportes de MS).
Planejamento estratégico e divisão de responsabilidades
O projeto é fruto de um termo de cooperação entre os dois estados. Segundo o acordo, o Governo de Mato Grosso será responsável pela elaboração do projeto executivo, enquanto os custos de construção serão divididos igualmente entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Para Nivia Calzolari, secretária-adjunta de Obras Rodoviárias de Mato Grosso, a obra representa um avanço estratégico: “Essa região do Pantanal é extremamente rica em turismo e ecologia. A integração com Mato Grosso do Sul é essencial para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental.”
Oportunidades para o ecoturismo em Porto Jofre
No lado mato-grossense, a ponte é vista como uma oportunidade para fortalecer o turismo em Porto Jofre, conhecido como a “terra das onças”. A região é um dos maiores destinos mundiais para o avistamento de onças-pintadas, além de outras espécies da fauna pantaneira.
Eduardo Blanco, gerente da Pousada Porto Jofre Pantanal, destacou a estrutura robusta já existente no local, que conta com 10 barcos grandes, 60 lanchas e cerca de 200 piloteiros, atendendo turistas de diversas nacionalidades. “Com a ponte, o acesso será mais prático, o que certamente atrairá um número ainda maior de visitantes,” afirmou Blanco.
Avanços em Mato Grosso do Sul
Para garantir a viabilidade da conexão, o Governo de Mato Grosso do Sul está investindo na construção de 60 km da MS-214, com mais de 70% das obras já concluídas. Essa estrada será essencial para ligar a BR-163 até a nova ponte, consolidando a integração rodoviária entre os dois estados.
O governador de MS destacou que a extensão da MS-214, que possui 257 km de comprimento, promoverá não apenas o transporte de gado e insumos, mas também o fortalecimento do turismo e da economia local. “Essa ligação será um marco econômico e ambiental, beneficiando diretamente as comunidades pantaneiras,” afirmou o governo.
Desenvolvimento sustentável e legado
Mais do que uma obra de infraestrutura, a ponte representa um marco no desenvolvimento sustentável e integrado da região. Seus benefícios incluem:
• Maior acessibilidade: Turistas nacionais e estrangeiros terão acesso facilitado ao Pantanal, fomentando o turismo ecológico.
• Preservação ambiental: A criação de um corredor ecológico contribuirá para a proteção do bioma pantaneiro.
• Valorização do turismo de pesca e fauna: A observação da rica biodiversidade do Pantanal ganhará novo impulso.
• Fortalecimento econômico: A geração de empregos e o aumento do fluxo de turistas devem dinamizar a economia local.
Com a conclusão do projeto, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul consolidarão o Pantanal como um dos principais destinos de ecoturismo do Brasil, equilibrando desenvolvimento econômico e preservação ambiental em um dos biomas mais importantes do planeta.