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De acordo com o mais recente Boletim do Leite do Cepea, o preço pago aos produtores teve um declínio de 30% no último ano, refletindo um período desafiador para os pecuaristas. Essa queda se estendeu por seis meses consecutivos até outubro, chegando a uma desvalorização de 24,8% em 2023 e 30,4% em comparação com o mesmo período de 2022.
No entanto, há indícios de que esse movimento de queda pode estar se estabilizando em grande parte das bacias leiteiras. Fatores climáticos adversos e margens estreitas para os pecuaristas limitaram a produção, enquanto as importações continuaram a impactar o mercado. Embora as importações tenham diminuído momentaneamente em setembro, voltaram a crescer em outubro e novembro.
Este aumento nas importações contribuiu para um déficit significativo na balança comercial de lácteos, atingindo US$ 80 milhões, enquanto a receita da pecuária leiteira diminuiu 22% em 2023, resultando em margens brutas extremamente estreitas para os produtores nacionais.
Ainda que algumas valorizações pontuais tenham sido observadas nos preços de certos lácteos, como UHT e muçarela, isso não foi suficiente para garantir rentabilidade aos laticínios. A combinação de queda no consumo e aumento da concorrência entre produtos nacionais e importados afetou o movimento de alta.
Enquanto os custos de produção continuaram a subir, a receita permaneceu em franca retração ao longo de 2023, levando a um cenário desafiador para os produtores de leite no país.
O Cepea indica que, apesar das dificuldades enfrentadas, pode-se vislumbrar um cenário de estabilização nos preços ao produtor, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, sinalizando uma possível reversão na tendência de queda nos valores do leite.